NR - Não, não é o último carro do Armando Pinto e sim as noticias que nos dão conta da actividade literária do Armando. Enquanto isso esperamos o prometido! ac
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Caro Colaço Este contacto, para já, inda não é para te enviar as fotos que prometi enviar, pois ainda as não recebi. Depois remeto-as logo que as tenha. No seguimento das nossas ligações e convívio, porque como sabes por vezes entretenho-me a escrever umas coisas, venho apenas dar conhecimento, para quem queira, que algo do que já escrevi, entre material entretanto esgotado, está disponível em http://www.longara.blogspot.com/ Um abraço Armando Pinto
SEMANA BÍBLICA EM BARCELOS.OBRIGADO, FREI LUIS GONÇALVES
As voltas que o mundo dá, Luis!
Lembras-te quando me lias, em primeira mão, os teus últimos poemas?!
Pois agora, não propriamente em primeira mão, aqui fica o material que resolveste enviar-nos! E faço questão de convocar esta foto do memorável Setembro2009!
Mais do que a semana bíblica, Luis - que é importante - importa registar este teu gesto, bíblico, de estabeleceres a ponte entre o silêncio do saudoso Convento de Barcelos e este nosso outro Convento mais @berto!
Assim outros irmãos, consagrados, que sabemos fazerem do irmão sol motivo de leitura diária quisessem collaborar connosco enviando textos, fotografias, sugestões, críticas, o que quiserem!
Grande abraço, Luis, e...hoje, sem rima!
antónio colaço
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XIX SEMANA BÍBLICA DE BARCELOS
A Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja
1 a 6 de FEVEREIRO de 2010
HORA: Todos os dias às 21 horas. LOCAL: Salão das Franciscanas Missionárias de Maria, Arcozelo (Barcelos).
PROGRAMA
1. Segunda-feira: A VOZ Como falou Deus e fala hoje ao seu Povo D. António Couto, bispo auxiliar de Braga.
2. Terça-feira: OS CAMINHOS A Palavra de Deus, fonte e animação de toda a Pastoral Frei Herculano Alves, capuchinho. Prof. na UCP – Porto.
3. Quarta-feira: A CASA A Liturgia, lugar privilegiado da Palavra de Deus Pe. João Alberto Correia, diocesano. Prof. na UCP – Braga
4. Quinta-feira: Lectio divina: Leitura crente e orante da Bíblia Frei Lopes Morgado, capuchinho. Da revista Bíblica
5. Sexta-feira: NO CORAÇÃO DA FÉ Maria, modelo de acolhimento da Palavra para o crente Doutora Isabel Varanda. Prof. na UCP – Porto e Braga.
6. Sábado: EUCARISTIA DE ENCERRAMENTO. Preside: Frei Manuel Pires Ferreira, superior dos Capuchinhos de Barcelos. Celebra as suas Bodas de Ouro sacerdotais.
Das longínquas terras do Algarve, tento satisfazer, por este meio, a curiosidade dos caros irmãos da Ass. dos Ant. Alunos Cap.
Sou um sacerdote que estudei e me ordenei nos Capuchinhos e hoje estou ao serviço, como padre diocesano, há 50 anos.Celebrei, precisamente na Quarta-Feira passada, o dia da minha Ordenação Sacerdotal, ocorrida na primitiva Igreja dos Capuchinhos da Rua Nova do Tronco, no Porto. Continuo a ter óptimas relações de amizade com os Capuchinhos. Quando vou a Lisboa, Fátima, Porto ou a Barcelos (de onde sou natural) é nos respectivos conventos dos Capuchinhos que me hospedo.
Actualmente, estou aposentado do Ensino - trabalhei como professor durante 36 anos - e, agora, estou com 82 de idade.
Vivo, com certeza, muito unido a todos vós, mas só em espírito... O meu alzheimer as dietas rigorosas, juntamente com uma série de medicamentos que tomo diariamente, obrigam-me a ser muito comedido na minha vida. Felizmente, graças a Deus, apesar de tudo, faço uma vida normal, conduzo automóvel, desloco-me onde quero... mas com muita calma e moderação...
Tudo isto para o informar de que não estou desligado do grupo dos amigos, mas conservo-me afastado de movimentos e azáfamas.
Quero apresentar a todos os meus votos - ainda vão a tempo (?) - de óptimo e feliz Ano Novo.
Com muita amizade e consideração
P. Rufino Silva
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NR
Aguardamos que este nosso amigo nos envie uma ou mais imagens de quem é e do que faz para, quem sabe, avivar memórias de um jovem de 82 anos!As nossas melhoras e os nossos renovados parabéns!
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ACTUALIZAÇÃO
Carísimo amigo
Pois já que é assim, aqui lhe envio umas quantas fotografias respeitantes à apresentação dum pequeno livro que editei: O CRISTIANISMO, GÉNESE DA DEMOCRACIA MODERNA, que teve lugar na Biblioteca Municipal de Faro.
Oxalá goste, bem como os caros Irmãos da Associação.
CANTAR AS JANEIRAS EM MAÇÃO,OBRIGADO "OS MAÇAENSES"!
Desafiando as enregeladas noites dos últimos dias, ei-los, pelas desertas ruas de Mação,aquecendo com as suas vozes as nossas tão distantes e adolescentes vozes de outros janeiros.
"Juntaram-se os três reis máááágos lá prás bandas do Orienteeeeee...."
Cardigos, aqui tão próximo mas a cada compassado verso tão distante...
Onde havia o "venha-nos dar do fumeiro a chouriça, a morcela...." desembrulha-se hoje, com alguma sorte, uma envergonhada notita de cinco euros...
Que frenesi pelas incensadas noites em redor das crepitantes brasas salpicadas pelo sangue das morcelas, chouriços mouros, cacholeiras e outras tantas bebedeiras bem longe das inexistentes noites telenoveleiras com que embrulhamos os dias....
Obrigado, heróicos arautos das tradições que ainda restam, mesmo que um rasto de saudade nos confronte os rostos com as envergonhadas lágrimas da avançada idade....
Os números valem o que valem, mas há datas que têm a sua carga simbólica: neste 5 de Janeiro 2010 completei 50 anos de vida e hoje, dia 22, faz 25 anos que cheguei a Angola. O meu canto de gratidão ao "Altíssimo, Omnipotente e Bom Senhor" por todas as Bênçãos que me tem concedido! A minha gratidão também a quem me tem acompanhado com a sua oração, a sua amizade. Obrigado!
Que "O Senhor te abençoe, te guarde e te conceda a Sua Paz!" (bênção de S. Francisco de Assis).
Estes 50/25 são também um desafio nesta minha peregrinação da vida: mais 25 em Angola? Desmontar a tenda e partir? Para mim, qualquer caminho é bom, desde que ande na verdade, segundo a vontade de Deus.
Um abraço amigo,
fr. Luís Manuel Leitão
NR
Os parabéns por ambas as datas!E...já agora, por que não umas imagens quer do aniversariante quer da realidade circundante?!Ficamos a aguardar!
Como rimaria o Frei Luis Gonçalves,....para em beleza rematar (esta notícia, claro!)
WEBANGELHO DE ACÍLIO MENDES:TESTEMUNHAS DESTAS COISAS
Bom Dia,
Com Paz e Alegria!
Vivemos nestes dias o Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos. O desejo máximo de Jesus:
«Pai, que todos sejam UM,
como Tu e Eu somos UM.
Para que o mundo acredite.
E saibam que os amas,
como Me amas a Mim.»
(João: capítulo 17).
Este ano somos convidados a ler, a rezar e a comprometer-nos com o admirável capítulo 24 de São Lucas. O lema encontra-se no versículo 48:
«Vós sois as testemunhas
destas coisas».
Conhecemos muitas «Ave, Maria» (Bach / Gounod, Schubert, Victoria...). Os músicos debruçaram-se menos sobre o «Pai Nosso». Mas também há alguns.
Pela Net circulam várias apresentações em PP do «Pai Nosso». Algumas de gosto bastante duvidoso. Até encontramos «Pai Nossos» com a música de fundo da... «Ave, Maria».
Diana Navarro é uma das melhores vozes do panorama musical. Nasceu em Málaga em 1978, mas só em 2005 editou o seu primeiro trabalho discográfico.
Envio uma sua versão do «Pai Nosso» em duas apresentações:
Um «Pai Nosso» com as marcas culturais e religiosas de Málaga. Uma voz malaguenha arrancada às profundezas da alma de Diana, e que se nos mete pelo é a oração doSenhor. A melhor Oração para esta Semana da Unidade.
Abraço amigo de Paz e Bem.
frei Acílio
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NR
O animador de serviço anda por estes dias empenhado numa outra frente de "combate", todas as energias estão, agora, viradas para lá. Assim uma espécie do Setembro da nossa alegria, no ano passado, em Barcelos.
Mas todos os dias fazemos a nossa regular consulta à caixa de correio do nosso convento virtual.
1. O livro de Jonas, na Bíblia, enquadra-se no chamado género literário midráshico, portanto, sem pretensão de narrar acontecimentos históricos, mas com intenção didáctica. No caso, essa intenção é a superação do particularismo da salvação e a proclamação do amor e misericórdia universal de Deus. Ficou no imaginário popular e artístico sobretudo por causa dos três dias e três noites que Jonas passou no ventre de um peixe.
Jonas começou por não querer cumprir a ordem de Deus, que o enviou a Nínive: "Levanta-te, vai a Nínive, a grande cidade, e anuncia-lhe que a sua maldade subiu até à minha presença". Mas, depois de o peixe o ter vomitado em terra firme, Jonas foi, entrou na cidade e andou um dia inteiro a apregoar: "Dentro de quarenta dias Nínive será destruída". Ora, diz a Bíblia, "os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, ordenaram um jejum e vestiram-se de saco, do maior ao menor. A notícia chegou ao conhecimento do rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou o seu manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza". E publicou um decreto para que "cada um se convertesse do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos".
Então, "Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho, e, arrependendo-se do mal que tinha resolvido fazer-lhes, não lho fez". Aí, Jonas sentiu-se atraiçoado, pois a sua profecia não se cumpria. Andara a fazer o quê? "Ficou profundamente aborrecido com isto e, muito irritado, pediu ao Senhor: 'Peço-te que me mates, porque é melhor para mim a morte que a vida'".
2. Cassandra, a bela filha de Príamo, rei de Tróia, recusou os amores de Apolo, que, por isso, lhe impôs um castigo terrível: mesmo sabendo e proclamando a verdade, ninguém acreditaria nela. Assim - profetisa inútil -, foi em vão que previu a desgraça que ia cair sobre a sua cidade bem como as suas próprias amargas desventuras. Assistiu impotente à guerra e à ruína de Tróia e, conhecendo a sua própria desgraça, nada pôde fazer para evitá-la: acabou por ser violada por um guerreiro brutal, Ájax, foi entregue como escrava ao chefe inimigo, Agamémnon, e morta pela vingança de Clitemnestra. O seu destino foi patético e trágico.
O famoso filósofo Ernst Bloch juntou as duas figuras, para mostrar como a Bíblia se encontra sob o desígnio da liberdade - a profecia de Jonas não se cumpriu, porque é sempre possível arrepiar caminho e mudar -, enquanto o universo grego clássico é comandado pela fatalidade do destino.
3. No início de um novo ano, passadas as festas natalícias, reencontramo-nos com os problemas que entretanto tinham ficado esquecidos ou, pelo menos aparentemente, estavam em suspenso.
Assim, no quadro dos resultados das últimas eleições, há quem tema a instabilidade e mesmo a ingovernabilidade do país. Está aí, ameaçador, o défice das contas públicas. A dívida externa, ouço de quem sabe, pode tornar-se incomportável. E lembram a Grécia.
Há declarações temíveis de especialistas insuspeitos: a Justiça estava melhor no tempo do anterior regime. Ora, quando a Justiça não é eficaz nem célere, é de temer o pior. É insuportável o clima de desconfiança e suspeição reinante. Há corrupção, activa e passiva, e o sentimento de uma democracia triste e impotente.
Causa justa satisfação reconhecer nichos de excelência no domínio da investigação e do ensino. Mas quem, responsavelmente, se atreverá a dizer que é globalmente boa a situação da educação?
Os números do desemprego sobem assustadoramente, e ninguém sabe quando começarão a cair. O abismo entre os muito ricos e os muito pobres é intolerável, e é arrepiante saber que há milhares de idosos a passar abandono e fome e à espera de um lugar num lar do Estado. É por simples alarmismo que se deve advertir para o perigo de um tsunami social?
4. Seria trágico, se, quando do que precisamos é de ânimo e confiança, acabasse por ser Cassandra a impor-se, por falta de lucidez e coragem para arrepiar caminho e abrir um futuro novo
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Frei Bento Domingues
In Público 17.Janeiro 20010
Ser crente não significa ser irracional. A fé é a confissão de um homem racional
CEM POR CENTO RACIONALCEM POR CENTO CRENTE
1.Aludi, no domingo passado, a “um teólogo feliz”,
mesmo na tormenta, chamado E. Schillebeeckx,
que passou, nas vésperas do Natal, defi nitivamente
para as mãos de Deus. Sob certo aspecto,
é verdade o que diz Fernando Pessoa: “Morrer
é só não ser visto” (1).
Quando isso acontece, o essencial fi ca sempre por dizer.
Apetece-me, no entanto, recolher e partilhar a confi ssão
desse teólogo cem por cento racional, não racionalista, e,
simultaneamente, cem por cento crente. É uma confi ssão,
não é uma argumentação. Essa percorre toda a sua obra.
Aqui e agora, é a primeira que me interessa, respeitando
o seu carácter oral, embora transcrita para a obra citada
no domingo passado.
Enquanto crente, sou racional, procuro argumentos
racionais e sinto-me, assim, um crente cem por cento. Não
há contradição. Ser crente não signifi ca ser irracional. A
fé é a confi ssão de um homem racional. A racionalidade
da fé deve ser sempre desenvolvida e clarifi cada. Toda a
minha teologia é teologia de um crente: Fides quaerens
intellectum. A razão humana deve viver à vontade no domínio
da fé. Apelar para a obediência e fechar os olhos
não é cristão, não é católico. Precisamos de ser crentes
racionais. S. Tomás é santo na sua racionalidade. Usa a
razão para abordar a fé. A racionalidade é cada vez mais
necessária, sobretudo, para reagir contra o fundamentalismo
que também mina, cada vez mais, as Igrejas. O
fundamentalismo, presente em certas comunidades cristãs,
leva ao obscurantismo. É um grande perigo porque
nega a razão humana.
É verdade que a razão humana não pode ser abandonada
a ela própria. Corre o perigo de se fechar num puro
positivismo. A fé cumpre a função crítica e conectiva para
não se cair no racionalismo e para que não se feche ao
mistério. Sem a razão humana, a fé torna-se fundamentalismo.
Ambas, a fé e a razão, cumprem a função de
crítica recíproca.
2. Outrora, falava-se de escolas teológicas. Havia mestres
e discípulos. Hoje, já não é assim. A ideia de fazer
escola está ultrapassada. As grandes sínteses, que duravam
séculos, são coisa que já não existe. Eu não escrevo
para a eternidade, mas para o ser humano de hoje que
se encontra numa situação histórica determinada. Tento
responder a questões. A minha teologia é datada, é
contextual. Deseja, no entanto, ir para além da situação
enquanto tal. Nas minhas obras, existe uma intenção
universal, pois esforço-me por ter em consideração o
porquê dos seres humanos de toda a humanidade. De
outra forma, aliás, não seria boa teologia. A actualidade
de uma teologia não se confunde com uma actualidade
efémera. Para outros tempos, outras teologias virão.
Estou contente de ter dito alguma coisa para o ser humano
de hoje e, talvez, também alguma coisa que interessará,
ainda, a geração futura. Quando uma teologia
pode alimentar a geração seguinte, é uma grande teologia
e assim continua a grande tradição teológica.
3. É difícil traçar uma linha de divisão nítida entre a
minha aventura pessoal e a minha vida de teólogo. Há
dois textos da Escritura que sempre me apoiaram e que,
ainda hoje, continuam a apoiar-me: “Estai sempre prontos
a responder a quem vos pede a razão da esperança que
vos habita” (1 Pedro 3, 15) e “Não apagueis o Espírito. Não
desprezeis as profecias. Examinai tudo, guardai o que é
bom” (1 Ts 5, 19-21).
É o Espírito que me fala através destes textos sagrados.
Por um lado, no esforço contínuo para me reorientar nas
reacções inesperadas, para as quais sopra o Espírito de
Deus; este mesmo Espírito deu, ao meu trabalho teológico,
um carácter de esperança, libertador e construtivo
que abre para a existência concreta, como muitos dos
meus leitores, para minha grande alegria, me fi zeram
saber, verbalmente ou por escrito.
Por outro lado, o Espírito foi também a fonte do inesgotável
carácter crítico dos meus escritos, da atitude crítica
que, até hoje, me acarretou um certo número de cartas
nas quais os meus irmãos cristãos me defi niram como
um “diabo em carne e osso”, “um lobo sob a pele do cordeiro”,
“um herético da pior espécie” e “um imigrado na
Holanda que para o bem da sociedade e da Igreja seria
melhor regressar ao seu país de origem”.
O meu trabalho científi cosignifi ca ainda, para mim,
de modo muito consciente,uma forma de apostolado
e, em particular, uma formade pregação dominicana
da Boa Nova: o Evangelhode Jesus, o Messias do
Deus libertador, eleito doEspírito.
Aprendi, no entanto,por experiência que, se a
religião é o maior bem doser humano e para o ser
humano, é também, muitasvezes, inteiramente manipulada
para humilhar e atépara torturar o ser humano
no corpo e no espírito.É por isso que, sobretudo
nos últimos anos, o meupensamento teológico preferiu
defender o ser humano,homem e mulher, contra
as exigências desumanasda religião, em vez de
a defender contra as nossasilusões de seres pecadores
que todos somos.Nos dois aspectos, crítico
e construtivo, do meu pensamentoteológico, procurei
testemunhar aos outros a esperança e a alegria que
vivem em mim. Sou verdadeiramente um homem feliz.
Em suma, só um ser inteligente pode acolher a fé; só
um homem de fé pode deixar a inteligência, em todos
os seus registos, viver em liberdade a multifacetada experiência
cristã.
(1) Inês de Barros Baptista, Morrer é só não ser visto, Planeta,
LOUVADO SEJAS, OH MEU SENHOR, PELO LUMINOSO OLHAR DE FREI ACÍLIO
Bom Dia,
Com Paz e Alegria!
Litania 205
De 4 a 13 de Janeiro, vivo uma nova experiência, na longa «via crucis» (caminho da cruz ou via-sacra) iniciada a 25 de Setembro de 2008, sempre em busca da «via lucis» (o caminho da luz). Diariamente sou beneficiado com uma sessão de «fisioterapia ocular» na Clínica Oftalmológica Ribeiro-Barraquer, no Porto. Perante a dura realidade (5% de visão no olho esquerdo e 20% no olho direito, depois de umas 9 intervenções cirúrgicas), o Dr. Paulo – um verdadeiro expert na «arte de bem ver em toda a cela», optou por um tratamento com a sofisticada tecnologia R. E. (Recuperadora Electrónica). O olho, a zona da sobrancelha e a cervical são cuidadosamente massajadas a quente, com o objectivo de estimular a vista, na procura de mais visão e de uma visão mais definida. Na ponta do aparelho é colocada uma cabeça diferente para cada uma das três zonas a massajar. Na minha mão, um cabo terra, para evitar qualquer choque eléctrico. As dedicadas enfermeiras «3 L» (Filomena, Célia e Luísa) esmeram-se na utilização desta tecnologia de ponta. A estes estímulos nem todos reagem do mesmo modo. Cada caso é um caso. Vivemos da Esperança!
Na deslocação diária para a Clínica, tenho à disposição o autocarro nº 205 dos STCP, procedente de Campanhã e com destino ao Castelo do Queijo. A gravação vai indicando cada uma das 22 paragens que percorro.
Ao longo dos 20 minutos deste percurso, sirvo-me do nome de cada uma das paragens para um tempo de oração, em forma litânica. A voz feminina da gravação indica-me o nome da paragem. Respondo com uma prece confiante, arriscando a rima com o nome da respectiva paragem, qual procissão de rogações. O mundo é o nosso convento – alerta-nos Francisco de Assis. Também o mundo será o majestoso «templo» para uma adoração em espírito e verdade – como o Pai do Céu deseja. Entro no autocarro na paragem «Capuchinhos», no Amial. E dou início à minha «Litania 205»: