Segunda-feira, 29 de Março de 2010
PÁSCOA OU A APOSTA NA ENTREGA AOS OUTROS

Bom Dia, Com Paz e Alegria!

É Domingo. Muitos começaram ontem as férias.

Nas Igrejas cristãs começa hoje a «Semana Santa», também chamada «Semana Maior».

 A narrativa da Esperança.

O grito da Vida.

A aposta na entrega aos outros.

 Jesus Cristo - «o Homem» (no dizer do governador Pilatos).

 

 No anexo (ou no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=9Xgmz1O-Rtk)

 

 a saga do britânico Nicholas Winton, o «Schindler» ou o «Aristides Sousa Mendes» da Grâ-Bretanha, pode ser uma excelente «introdução» ao espírito desta «Semana Santa».

 A Semana da Vida em abundância.

 A Utopia da Construção da Cidade onde habita a Justiça, o Acolhimento, a Fraternidade.

 «Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos» (Jesus Cristo: João 15, 13)

 «Quem salva uma vida, salva a Humanidade.»

Uma Santa e Feliz Páscoa do Ressuscitado, com sementes de Paz e Bem a germinar em todos os corações,

 

 frei Acílio Mendes 

 

http://www.youtube.com/watch?v=9Xgmz1O-Rtk

 

(Se não estiver disposto/a a enxugar as lágrimas, não veja até ao fim)



publicado por animo às 15:40
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Sexta-feira, 26 de Março de 2010
DO UGANDA, COM AMIZADE! PARA TI, JOÃO CASAIS, TAMBÉM!

 

Já aqui o dissemos por diversas vezes:

-No irmão sol há lugar, também, para falarmos do que fazem os filhos que fizemos! Prolongamento de nós, com a sua própria identidade e autonomia, sim, mas que orgulhosos nos sentimos quando nos possibilitam vislumbres de santidade, de eternidade, o que quiserem.

A Rita Colaço, jornalista na Antena 1, com uma colega sua, geógrafa, a Lina Ribeiro, roubaram duas semanas às suas férias, investiram as suas poupanças, congregaram esforços e juntaram outras vontades e, vejam só, na hora da despedida - partem amanhã do Uganda - as COMOVENTES PALAVRAS, do William, ele mesmo um jovem, 25 anos, com a responsabilidade e a iniciativa de, lá  na sua terra, ter tomado conta de meia centena de putos órfãos de pais com sida!

Não há palavras!

As (U)GANDAS MALUCAS SOLIDÁRIAS DEIXAM O UGANDA AMANHÃ

mas vejam só do que são capazes os "Dois Mosqueteiros", OS DOIS JOVENS QUE TOMAM CONTA DO ORFANATO DE BULENGA.

ATÉ A AGRADECER SÃO NOBRES!!!!

 

João Casais, este Obrigado é também para ti, BENFEITOR ENTRE OS BENFEITORES DE BULENGA!!!

antónio colaço



publicado por animo às 18:07
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Quarta-feira, 24 de Março de 2010
MATINAS

 

Um rumor de verde na copa dos plátanos da Domingos Sequeira e apesar de uma tímida insistência do Sol em romper as nuvens que pairam sobre a Estrela e apesar de um céu tecido de eléctricos fios.... a confiança de que a Irmã Primavera já cá está.Obrigado.

antónio colaço



publicado por animo às 12:45
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Terça-feira, 23 de Março de 2010
PELA IRMÃ ÁGUA, TÃO HUMILDE E PRECIOSA

 

Bom Dia,

Com Paz e Alegria!

 

Em Dia Mundial da Água,

cantamos com Francisco de Assis:

 

«Louvado sejas. meu Senhor,

pela nossa irmã água,

que é tão útil e humilde

e preciosa e casta».

 

Pela irmã água do seio mateno,

que amorosamente nos envolve e acompanha

em nossa gestação e crescimento;

 

Pela irmã água da chuva,

ora serena ora violenta e arrasadora,

a lavar cidades e aldeias;

 

Pela irmã água do mar imenso e majestoso,

a desafiar-nos ao lazer e ao convívio

e aos desportos radicais

e a sulcar horizontes de profundidade e de universalidade;

 

Pela irmã água dos rios

que serpenteiam montanhas e vales,

a irrigar campos e sementeiras;

 

Pela irmã água das torneiras e dos chuveiros

que em cada manhã nos desperta

para a vida e para a missão;

 

Pela irmã e mãe água do Baptismo,

que nos traz vida nova, nova esperança

e novo compromisso na construção da Cidade

onde habita a Paz e o Bem:

 

Louvado sejas,meu Senhor!

 

No anexo, o «mago das ondas»

deixa-nos deslumbrados.

 

Abraço fraterno de Paz e Bem,

frei Acílio

 



publicado por animo às 19:09
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WEBANGELHO DE BENTO DOMINGUES

A POÉTICA DO AMOR E A PROSA DA JUSTIÇA

 

Quem faz o bem sem olhar a quem vem da zona de Deus com a alma transfigurada

 

1. Quem, hoje, for à missa – e quem não for pode

abrir o Evangelho – vai encontrar-se com um Jesus

que resolveu não ligar nem a Moisés nem aos

escribas (os letrados) nem aos fariseus. A cena

reconstituída pelo autor do IV Evangelho, um

grande dramaturgo, é impressionante ( Jo 8, 1-11).

Jesus desce do Monte das Oliveiras de manhã cedo e antes

do nascer do sol já estava na área do Templo a ensinar.

Os escribas e os fariseus apresentaram-lhe uma mulher

surpreendida em adultério. Colocaram-na no meio dos

presentes e disseram: “Mestre, esta mulher foi surpreendida

em fl agrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos

apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?”

Para o narrador, eles falavam assim não para alargarem

o seu horizonte ou para ouvir uma nova forma de

interpretar a Lei, mas “para lhe armarem uma cilada e

terem pretexto para o acusar”.

Jesus deu a impressão de que não estava para os aturar.

Inclinou-se e começou a escrever com o dedo no chão.

Nunca ninguém saberá o que escreveu. Parece que estava

a ganhar tempo, pois não o largavam com perguntas. Levantou-

se e resumiu a sua interpretação: “Quem de entre

vós não tiver pecado atire a primeira pedra!” Inclinou-se

de novo e continuou a escrever no chão.

Conta o narrador que eles, ao ouvir aquilo, foram

saindo um após outro, a começar pelos mais velhos.

Jesus fi cou sozinho com a sua escrita e a mulher permanecia

lá sem saber o que fazer. Jesus, erguendo-se,

disse-lhe: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?”

Resposta da mulher: “Ninguém, Senhor.” Depois,

vem a sentença de Jesus: “Nem eu te condeno. Vai e não

estragues a tua vida.”

2.O gesto astucioso e libertador de Jesus não é

um caso errático na sua intervenção. Estava

inscrito no seu programa inaugural. Conta

S. Lucas que Jesus, depois de uma noite de

oração na montanha, escolheu os apóstolos

e tentou fazer-lhes entender que eles não constituíam

uma elite privilegiada na Igreja, mas um serviço de todos,

no meio de todos: “Descendo com eles, deteve-se

num sítio plano, juntamente com numerosos discípulos

e uma grande multidão de toda a Aldeia, de Jerusalém e

do litoral de Tiro e de Sídon, que acorrera para o ouvir

e ser curada dos seus males. Os que eram atormentados

por espíritos malignos fi cavam curados; e toda a multidão

procurava tocar-lhe, pois emanava dele uma energia que

a todos curava” (Lc 6, 12-19).

Não era magia nem culto dos milagres. Era, pura e

simplesmente, a restituição da dignidade humana, a

busca de uma nova luz e de um novo impulso para viver.

De facto, logo a seguir vem a proclamação das “bemaventuranças”,

uma radical alteração de valores que

coloca a felicidade onde se costuma ver, apenas, a pouca

sorte. Felizes não são os avaliados pelo dinheiro, pela

posição social, pelo poder que detêm. Felizes são os que

acreditam que a última palavra não pertence à pobreza,

à fome, à doença, à tristeza. Jesus recusa o destino

e abre uma brecha de libertação no interior da história

humana, através da conversão do desejo. A felicidade

não está em ter ou não ter, mas em desejar o que realiza

o ser humano como relação com o Absoluto e com os

outros. É a morte do narcisismo.

3.A “regra de ouro” de várias culturas e sabedorias

é expressa em termos negativos: “Não

faças aos outros o que não desejas que te façam

a ti.” No Evangelho é formulada de modo

positivo: “Faz aos outros o que gostarias que

eles te fi zessem.” A “regra de ouro”, tanto na sua forma

negativa como positiva, move-se, apesar de tudo, na área

da justiça, da equivalência, da reciprocidade. Não ultrapassa

o interesse, não atinge a gratuidade. Paul Ricoeur

(1), numa célebre conferência ao receber o Prémio Leopold

Lucas, procurou lançar uma ponte entre a poética

do amor e a prosa da justiça, entre o hino e a regra. Encontrou

esse caminho no próprio texto de S. Lucas (Lc

6, 27-38) porque este juntou à “regra de ouro” – desejo

de reciprocidade – o amor dos inimigos, amor da pura

gratuidade, donde nenhuma recompensa se espera. Neste

caso, entra-se na economia do puro dom que excede

todas as dimensões da ética: “Se amais aqueles que vos

amam, se fazeis bem àqueles que vos fazem bem, o que

há de especial nisso?”

O amor de pura gratuidade situa-se na órbita do divino.

Deus não cria nem refaz o mundo por carência afectiva,

por desejo de reciprocidade, mas porque é amor-agapê,

dom sem expectativa de retorno. Deus não faz negócio

com os seus dons. É por

isso que o amor dos inimigos

é divino, é o divino em

humanidade. Quem faz o

bem sem olhar a quem, seja

amigo ou inimigo, saibao

ou não, vem da zona de

Deus com a alma transfi -

gurada.

No Novo Testamento, há

parábolas carregadas com

esta energia misteriosa: a

do chamado bom samaritano

(Lc 10, 29-37) e aquela correntemente designada

por juízo fi nal (Mt 25, 31-46), onde a história de cada um

depende da forma como tratou o outro, atingindo o absoluto

no que há de mais relativo no quotidiano, socorrendo

aqueles que precisam só porque precisam.

S. Francisco de Assis é sempre apontado como o grande

poeta cristão. Há outros, mas o maior de todos é português:

S. João de Deus. Cada um descubra porquê.

 

(1) Paul Ricoeur, Amour et justice, Points, Paris, 2008.

In Público de 21.03.2010

 

 



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Segunda-feira, 22 de Março de 2010
WEBANGELHO DE ANSELMO

 

Pe Anselmo Borges

 

In DN de 19.03.2010

 

RELIGIÃO E SAÚDE

 

Kant alinhou as tarefas fundamentais da Filosofia: "O que posso saber?", "O que devo fazer?", "O que é que me é permitido esperar?" No fundo, elas reduzem-se a uma quarta pergunta, para a qual remetem: "O que é o Homem?"

Segundo Kant, precisamente à terceira pergunta responde a religião, o que significa que, para ele, o que a determina é a esperança de salvação, felicidade, consolação, sentido último. Deus "deve" moralmente existir - é um postulado da razão prática -, para que se dê a harmonia entre o dever cumprido e a felicidade.

Claro que é sempre possível perguntar se realmente a religião consola e como. Para viver a religião verdadeira, é preciso estar disposto a sacrificar-se pela dignidade, pela justiça, pela verdade: pense-se, por exemplo, na cruz de Cristo. E está sempre presente a ameaça de projecção e ilusão, como denunciaram os "mestres da suspeita". De qualquer forma, não há dúvida de que a religião tem a ver com felicidade e sentido último.

Há hoje inclusivamente estudos que mostram uma relação globalmente positiva entre a religião e a saúde - note-se que, significativamente, o étimo latino de saúde e salvação é o mesmo: salus, salutis, em conexão com saudar e saudade: salutem dare. Ao contrário de R. Dawkins, que supõe que é largamente aceite pela comunidade científica que a religião prejudica os indivíduos, reduzindo o seu potencial de saúde e sobrevivência, Mario Beauregard, investigador de neurociências na Universidade de Montréal, escreve que se acumulam provas consideráveis que mostram que as experiências religiosas, espirituais e/ou místicas "estão associadas a melhor saúde física e mental".

No quadro da "medicina psicossomática", é sabido hoje, por exemplo, que o stress ou a solidão podem contribuir para aumentar a tensão arterial. Foi assim que se começou a estudar também a fisiologia da meditação para compreender a influência do espírito sobre o corpo. Na sua obra The Spiritual Brain, Beauregard cita 158 estudos médicos sobre o efeito da religião na saúde, concluindo que 77% fazem menção de um efeito clínico positivo. Um estudo mostrou que os "adultos mais idosos que participam em actividades religiosas pessoais antes do aparecimento dos primeiros sinais de handicap nas actividades do quotidiano têm mais esperança de vida do que os que o não fazem".

Há também dados que mostram o desejo dos doentes de que os médicos conheçam as suas crenças religiosas e que as tenham em conta. Falar sobre o assunto pode aumentar a compreensão médico-doente. Por outro lado, uma sondagem junto de 1100 médicos americanos mostrou que 55% estavam de acordo com a afirmação: "As minhas crenças religiosas influenciam a minha prática da medicina."

No seu novo livro, How God Changes your Brain (Como muda Deus o teu cérebro), o neurologista Andrew Newberg mostra, através da ressonância magnética nuclear funcional, que a medi- tação e a oração intensas alteram a massa cinzenta, reforçando as zonas que concentram a mente e alimentam a compaixão; também acalmam o medo e a ira. "A religião e a ciência são as duas forças mais poderosas em toda a história humana. São as duas coisas que nos ajudam a organizar e a entender o nosso mundo. Porque não procurar uni-las?"

Note-se, porém, que os efeitos não são sempre positivos. É fundamental a imagem que se tem da entidade superior, benevolente ou malévola. Beauregard refere um estudo que mostra que os idosos e doentes corriam maior risco de morrer, se tivessem "uma relação conflituosa com as suas crenças religiosas".

Por outro lado, os ateus dirão que precisamente a imagiologia cerebral das pessoas mergulhadas na oração é a prova de que a fé é uma ilusão, pois apenas mostra o que se passa no cérebro. Responde Newberg: "Pode ser que seja só o cérebro a fazê-lo, mas também poderia ser o cérebro recebendo o fenómeno espiritual", acrescentando: "Eu não digo que a religião seja má ou não real. O que digo é que as pessoas são religiosas e procuramos saber como isso as afecta."



publicado por animo às 08:01
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MATINAS

 

 Sons de uma tarde de Domingo, recolhidos na Matriz de Mação, editados em Lisboa, a pensar no Concerto em....Évora, a 8 de Maio, pelas 16 horas, na Sé Patriarcal.

 

Uma semana mais, intensificando a preparação de EM ÉVORA SÊ ROMANO,PERDÃO, ALENTEJANO.

As 15horas no Templo Romano, as 16 na Sé e as 18 no Hotel D.Fernando.

Obrigado, Carlos Ganho, pelos trabalhos em que me meteu!

antónio colaço



publicado por animo às 07:57
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Sábado, 20 de Março de 2010
PAI NOSSO DE TODOS OS DIAS
Bom Dia,
Com Paz e Alegria!
 
Hoje é de São José.
Por isso, o Dia do Pai.
E há música para todos.
Sem Música ninguém vive.
Músicas de outros tempos e ritmos,
 mas que permanecem.
É só clicar no link apresentado abaixo,
seleccionar o autor preferido,
a canção da «minha vida»
e deixar-se encantar...
 
O abraço de Paz e Bem,
frei Acílio
 
http://larevue.net/youtube/youtube.html
.
 
(Nota: Pois. Faltam os nossos grandes artistas portugueses. Esperemos por um novo link.)

 


publicado por animo às 00:58
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WEBANGELHO

UMA PARÁBOLA DOCEMENTE INQUIETANTE

 

 

1.Os católicos que, hoje, forem à missa deparam
com um texto do Evangelho de S. Lucas muito
estranho. É tirado do capítulo 15. Este capítulo
começa por dizer que todos os publicanos e pecadores
se aproximavam de Jesus para o ouvir. Os
fariseus e os escribas, porém, murmuravam: este homem
recebe os pecadores e come com eles.
Se tivermos em conta o que estas expressões e grupos
sociais representavam, Jesus é o homem que subverte
todos os valores. Gosta mais dos maus do que dos bons.
As simpatias vão para os que não prestam. Ora, a virtude
deve ser premiada e o vício reprimido.
Vem a seguir uma passagem que não pode fazer parte
de um bom manual de pastorícia. Abandonar 99 ovelhas
para ir procurar a que se tinha desligado do rebanho é
expor-se a perdê-las todas. A parábola da dracma perdida,
que segue a anterior, não sabe que o tempo é dinheiro.
Por outro lado, ninguém dirá que a longa narrativa sobre
o chamado fi lho pródigo possa fi gurar na biblioteca de
uma Escola de Pais. Este capítulo, no seu conjunto, nem
na secção de perdidos e achados faria boa fi gura.
Então, por que terá sido escolhida a última parte – a
parábola impropriamente chamada do fi lho pródigo – para
a missa do 4.° domingo da Quaresma? Serão também os
Evangelhos “manuais de maus costumes”, repetindo a
expressão que José Saramago usou para o conjunto da
Bíblia?
2.Este texto foi, pelo contrário, muito bem escolhido.
Toca, de forma indirecta, segundo a
linguagem própria das parábolas, no essencial
da revolução religiosa de Jesus, perante
a qual continua a existir grande resistência
nas comunidades cristãs. Foi, aliás, para elas, para nós,
que S. Lucas a escreveu.
Antes de mais, é preciso ler e entender o que está escrito.
O núcleo da parábola não é constituído pela conversão
do fi lho pródigo, como habitualmente se diz. Se
assim fosse, teria de começar assim: um homem tinha
um fi lho e este foi ter com o pai e pediu-lhe a herança
que lhe correspondia... Ora, a parábola começa por dizer:
um homem tinha dois fi lhos. Na lógica da parábola, o
mais novo, o estoura-vergas, representa os classificados
por pecadores e cobradores de impostos (duplamente
pecadores) e o fi lho mais velho os fariseus e escribas, as
duas categorias que presidem ao capítulo em análise,
mas universalizando o alcance de duas típicas formas
de existência.
A primeira retrata aqueles que, tendo vivido à margem
de todas as regras, cometendo os maiores desvarios,
descobrem, um dia, que andam a dar cabo da vida e, arrependidos,
encontram o caminho da sua recuperação.
A segunda representa o mundo religioso daqueles que
medem tudo pela observância ou infracção da lei, sempre
prontos a espiar o comportamento dos outros a partir da
sua tabela de valores. O amor, a gratuidade, a compaixão,
a festa, não fazem parte do seu universo e Deus é um juiz
segundo as regras que eles estabeleceram em seu nome.
Esquecemos, aliás, que a parábola é um triângulo e a revolução
cristã não atinge só os típicos comportamentos
dos dois fi lhos, mas sobretudo o comportamento do Pai,
que nada tem a ver com a religião farisaica.
3.O perigo das nossas leituras dos Evangelhos
reside na forma habitual como são proclamados
na liturgia: Naquele tempo, etc. Fazem bem
ao levar-nos até ao começo de dois mil anos
de história cristã. O cristianismo também é
uma memória. Corre-se, porém, o risco de pensar que
os classifi cados como pecadores e publicanos e os designados
por fariseus e escribas (os letrados) são categorias
sociais e religiosas de um tempo que já passou e que não
têm nada a ver connosco.
Na verdade, é precisamente o contrário. As comunidades
cristãs de hoje não têm de resolver os problemas das
primeiras comunidades e, muito menos, os confrontos
em que Jesus foi envolvido. Se lemos os textos hoje, é
para encontrar correspondências – não têm que ser literais,
simétricas – no nosso tempo, na vida da sociedade e
da Igreja; de outra forma, nada justifi caria a sua leitura.
Seria, no entanto, perigoso participar numa celebração
da missa e começar, cada um, a ver quem são os classifi
cados como pecadores e os autenticamente fariseus
da comunidade. Nada pode garantir o acerto.
Por isso,Jesus proibiu-nos de julgar.Uma espantosa sabedoria, depois de muitas experiências
ao longo dos séculos, chegou à conclusão de que
a missa, celebrada em nome de Deus, deve começar
sempre pelo acto de cada um se confessar pecador
e pedir a misericórdia de Deus e dos irmãos. Sem apontar o dedo a ninguém, todos são interpelados, a começar por quem preside.
Nada disto impede que a Igreja, no seu conjunto, interrogue
o Direito Canónico, os seus comportamentos e
as diferentes instâncias das paróquias, das dioceses, do
Vaticano, em suma, a sua pastoral à luz do capítulo 15 do
Evangelho de S. Lucas, aqui evocado.
Que acolhimento têm, na Igreja, as mulheres, os intelectuais
heterodoxos, os divorciados recasados, os homossexuais?
Não haverá, hoje, nas comunidades cristãs,
grupos que acham escandaloso que se perca tempo com
ateus, agnósticos, imigrantes de outras culturas e religiões,
com o pretexto de que vêm minar os nossos valores
culturais e as raízes cristãs da Europa?
Frei Bento Domingues
In PUBLICO 14.03.2010

 



publicado por animo às 00:58
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Quarta-feira, 17 de Março de 2010
MATINAS

A minha eritrina voltou a sorrir.

Estou de volta nos primaveris rebentos com que te dou os bons dias.Estás triste, eu sei,mas como eu, vivendo neste caule envelhecido, acredita em novas Alegrias.

Eu sou a tua Ajuda, o teu Palácio, nesta manhã. Vem, escolhe continuar a viver, escolhe continuar a sorrir. 

Olha para este guindaste, pega nele, há Tanto para continuar a Construir..

antónio colaço

 



publicado por animo às 07:48
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