Terça-feira, 31 de Agosto de 2010
A GRAÇA DOS BOLOS E O MAR DE TAKEO. VENHAM CÁ(R)CÁVELOS!!!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sem as redentoras agulhas com que Takeo tem vindo a rendilhar de alegria os meus últimos e ciáticos dias, e que fizeram com que, finalmente, me fizesse ao desafiante e alterado mar de Carcavelos, nunca poderia ter saboreado as cremosas Bolas de Berlim - não obstante o intranquilo olhar da "GRAÇA DOS BOLOS", quiçá perscrutando no horizonte da praia algum satânico enviado da malsã asae (sim, com minúsculas e tudo!) - e esperar, para um derradeiro abraço de despedida, o meu querido Irmão Sol.

 

antónio colaço

 

PS

Com um obrigado do tamanho do mundo ao meu querido amigo e camarada Zé Magalhães, com quem em boa hora tropecei nos Passos Perdidos (sim, embora agora ele esteja mais pelo Terreiro do Paço....) e que me aconselhou Takeo Susuki.

Tal como Takeo, digo a ZMAG, "eu não sou Deus, mas estou a fazer o meu melhor.Você veio cá porque confiou na confiança que o "deputado Magalhães" tem em mim.

É isso.

 

PS

Aos meus amigos do irmão sol as desculpas por invadir este nosso território mas a arreliadora ciática que de alguma forma contribuiu para a menor actividade editorial, embora ainda não totalmente debelada, parece, agora, ao fim de um mês (por acaso...Agosto!!!!) dar sinais de notório abrandamento.

Como isto anda tudo ligado....obrigado!

 

 



publicado por animo às 15:24
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Segunda-feira, 23 de Agosto de 2010
ARMANDO PINTO EVOCA FINAL DOS ANOS 60 E INÍCIO ANOS 70!

Viva.
Como o prometido é devido, envio agora as fotografias há tempos prometidas para o Irmão Sol. Não foram remetidas antes, porque só hoje as consegui, através do meu irmão.
Assim sendo, não são já do meu tempo de seminarista, como anteriormente também adiantei, mas, sendo umas quase contemporâneas (logo imediatas a eu ter saído) e outras de tempos próximos, são de amigos e conhecidos, uns ainda de meu curso e outros de anos anteriores e posteriores, ou seja todos do mesmo tempo de estadia em Gondomar, apenas que respeitantes já aos anos de estadas no Ameal e Fátima…  como recordações do meu irmão, Fernando Pinto.
Vou tentar legendar algumas, parcialmente, dentro do que ainda é possível recordar e visualizar com tanta distância no tempo. Sugerindo que quem se reconheça ou conheça outros, colabore com a respectiva indicação.
Ora, as imagens são as seguintes – pela ordem dos arquivos anexos, com que são enviadas:


 

 

1 – Na praia de Mira, em Encontro realizado nas férias grandes de 1969 (antes do início do ano lectivo de 69 / 70), vendo-se, a partir da esquerda: Zé Armando de Gondomar, António Fernando, …, Vilares, Amadeu, Fernando Pinto, Arlindo, Delfim… e Domingos Cruz.

 


2- Também na praia de Mira / 69 – a partir da esquerda, em baixo – Mário, Antunes, António Fernando, …, Fernando Pinto, Zacarias, e em cima (alguns dos referidos da foto anterior, e outros…)

 

3- No Ameal, em 1970 – da esq.ª – em cima: Zacarias, Júlio, Fernando Costa Pinto, António Fernando, José Nuno, Delfim e Mendes de Abiul.


4 – Também Ameal / 1970: da esqª – Delfim, Ramos, Nuno, Zacarias, Júlio Alves, António Fernando, Mendes, e (em baixo) Loureiro, Guerreiro e Fernando Pinto.

 

5 – Ameal, 70 – os mesmos

 

6 – Ameal 1970, rodeando Frei Sério e Frei Joaquim: a partir de cima, …, Meirinho, Zacarias, Araújo de Balazar, Vilares, Delfim, …, Fernando Pinto (meio encoberto), Mendes e António Fernando.


7 – Em Fátima, 1971 – em cima, desde a esqª – Júlio, Zacarias, Guerreiro, e (em baixo), F. Pinto e Mendes de Abiul


8 – Em Fátima, equipa de futebol, incluindo alguns seminaristas capuchinhos (entre os quais, Fernando Pinto, Mendes, Rosário, Júlio, e outros), com estudantes de vários seminários.

 


9 – Em Fátima, 1972 – pose de conjunto de estudantes e formadores, de vários estabelecimentos (conhece-se, por exemplo, António Fernando, Ramos, Mário Cruz, Leandro, Rosário, Fernando Pinto, Guerreiro, e outros…).

 


10 – Em Barcelos, no ano de 1973 – Noviciado de 1973/74 – em cima, a partir da esqª: Guerreiro, P.e David Belo e Loureiro. Em baixo: Ramos. Fernando Pinto e Rui.
*
Fica então aqui matéria passível de trazer muitas recordações e provocar reacções, no sentido que norteia os encontros, como o próximo de Setembro…
Um abraço
Armando Pinto

________________________

 

NR

Um grande abraço para o Armando Pinto com votos de óptima recuperação.Põe-te como novo, rapaz.Queremos reencontrar-nos contigo em Fátima e... em paz com os nossos sofridos corpos!!!

Isto mesmo peço,também, à minha Irmã Ciática para que abrande o seu furor, perdão, as suas dores!

Vais ver!

Obrigado, por mais esta saborosa viagem que nos proporcionas!

Por aqui se vê o desafio que lanças a cada um dos leitores que persistem em fazer do irmão sol um companheiro de viagem.

Não só pelo passado, mas, sobretudo, pelo  presente que queremos continue a passar-se contando com cada um de nós e as tantas histórias de que ainda somos capazes de desatar os nós!!!

antónio colaço


 



publicado por animo às 11:49
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Sábado, 21 de Agosto de 2010
DE HOJE A QUINZE DIAS.....

...vamos todos matar saudades uns dos outros, fazer novas promessas de nunca mais deixarmos de comunicar uns com os outros, e, até, pedir desculpa de ter deixado de contar com o irmão sol para tornar os nossos invernosos dias um pouco mais aconchegadinhos!

 

De hoje a quinze dias, vamos estar todos em Fátima, quer dizer, pelo menos os 17 leitores do irmão sol!

Sem medos e sem receio de qualquer lepra "informática", sim, para nós a net é apenas um meio e quem nos dera que de hoje a quinze dias, em Fátima, ninguém falasse de nós e sim do amor a S.Francisco e às coisas simples porque lutou!

É isso, o irmão sol é que veio complicar (pára!lá estás tu a armar-te em vítima, tadinho, ninguém lhes liga nenhum....)....

 

2

 

Para a semana, não vamos largar!!!!

Abraços!!!!

antónio colaço



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WEBANGELHO DE ANSELMO BORGES

Pe Anselmo Borges

In DN de hoje

 

 

ENCOSTAR OS FERIADOS

 

É um paradoxo. As pessoas que trabalham, ali pela quinta-feira, já começam, aliviadas, a desejar umas às outras bom fim-de-semana. Cá está a constatação do trabalho como maçada e sofrimento. Mas, por outro lado, de vez em quando, lá volta o debate sobre a diminuição do número dos feriados e a necessidade de encostá-los à segunda ou à sexta-feira. Porque é preciso trabalhar e produzir mais. Por causa da concorrência e da crise.

É sobre isso que queria reflectir hoje, começando por esclarecer que até posso ser favorável à diminuição do número de feriados, mas não concordo com que passem automaticamente para a segunda ou para a sexta-feira. A razão dessa oposição não está propriamente na defesa dos dias santos da Igreja Católica, mas essencialmente na antropologia e na simbólica dos feriados.

É verdade que o trabalho tem essa dimensão de esforço e sacrifício. Só quem nunca trabalhou é que o não sabe. Por isso, os gregos associavam-no aos escravos - daí, a expressão "trabalhos servis". A palavra deriva de tripalium (três paus), instrumento romano de tortura. O livro do Génesis põe na boca de Deus: "Ganharás o pão com o suor do teu rosto."

Mas, por outro lado, também se não pode esquecer que o homem se realiza pelo trabalho. É pelo trabalho que o homem arranca à natureza aquilo de que precisa e a torna habitável, domina a natureza hostil, dá-lhe rosto humano e, ao transformá-la, transforma-se a si mesmo e humaniza-se. Pelo trabalho, participamos no esforço comum de realização da sociedade, disciplinamo-nos e configuramos, concretamente numa profissão, a identidade própria, e a humanidade vai erguendo a sua história.

Aqui, surge o feriado e a festa, cujo sentido originário se esbateu ou perdeu na actualidade. O nosso feriado e festa têm a sua raiz no latim feria e (dies) festus (dia festivo). Os dois termos têm a ver com a interrupção das actividades quotidianas e profanas, para entregar--se às festividades em honra do deus. O tempo estruturava-se à volta das festas religiosas, que ritmavam o calendário, com a distinção do tempo sagrado e do tempo profano. Ninguém aprofundou melhor esta questão do que Mircea Eliade: a festa faz mergulhar no tempo sagrado, reactualizando o tempo originário e fundante e, assim, regenerando e dando sentido ao tempo quotidiano.

É certo que hoje, por causa da secularização e do ritmo do trabalho, com excepção das pessoas muito religiosas ou ligadas à política, se esqueceu o sentido dos dias feriados, religiosos ou civis, de tal modo que o tempo aparece, assim, homogeneizado ou então a festa não ultrapassa a simples celebração do aniversário, do final do curso... ou a suspensão do trabalho para ter tempo livre, relaxar, dormir, estar com a família e os amigos.

Num país em que não há a cultura do trabalho, julgo ser fundamental mentalizarmo-nos para a necessidade de responsabilidade no trabalho - não é emprego e não trabalho que se procura?, de educação e formação excelentes - o nosso problema não é tanto o número de horas de trabalho, pois andaremos na média europeia, mas a produtividade, de iniciativa, de boa gestão - porque somos melhores a trabalhar no estrangeiro do que em Portugal?, de justiça, de estímulos salariais.

Mas o ser humano não se esgota no trabalho e na produção. E um dia feriado é isso mesmo: um dia festivo que tem a sua finalidade em si mesmo, valendo, portanto, por si mesmo, e não para restaurar as forças para voltar a trabalhar. É da sua essência ser um acontecimento não programado: é um "luxo", algo que surge como uma "graça" inesperada. Para que o homem se lembre de que é criador festivo e livre e não besta de carga.

Seja como for, não se pode esquecer que o homem está sujeito a ser dominado pelo que Ionesco chamava a contradição - como Adriano Moreira, penso que não há contradição - entre "a inutilidade do útil", que é a sociedade do trabalho e consumista, e "a utilidade do inútil", que são as artes e os valores, o exercício da liberdade de se ser humano.



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Terça-feira, 17 de Agosto de 2010
AMORIM LOPES . O SOL QUANDO NASCE É PARA TODOS

Um privilégio este,o de poder saudar o sol de um novo dia no Cais Cordeiro, em Mação, a vinha de Amorim Lopes. O Amorim é, para além de um grande maçanico, um cidadão solidário de corpo inteiro daí que, com propriedade, na sua propriedade, "o Sol quando nasce é para todos!!"

 

Era uma promessa e uma surpresa que há muito trazíamos adiada em nós, à espera do momento apropriado: surpreender o Amorim na sua vinha e agradecer-lhe o bem-aventurado vinho branco com que presenteou todos aqueles que participaram nas comemorações/exposições dos 30 anos da ânimo, em Lisboa.

A ânimo, nascida no 27 da Rua de S.Bento, em Mação,alimentada com os refrescantes néctares que o Amorim, abnegadamente e com alma, faz nascer na sua vinha.

 

As imagens que se seguem vão meter inveja ao Engº Sousa Veloso e bem podem ser o prenúncio de uma ânimo/TV RURAL, como quem diz, todos de regresso aos campos em força e .... JÁ!!!

 

"Vinte anos depois" pode ser o desejado prenúncio de algo que está para nascer, algo tão esplendoroso como o Sol, o Irmão Sol, que nos coube, hoje, de braços abertos receber!

 

Um duplo obrigado, meu caro Amorim, pela tua generosidade e pela cumplicidade em ajudar a preparar os novos dias de amanhã!

antónio colaço

 



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MATINAS

 

 

 

 

Obrigado, por este Sol, por esta Luz e pela Serenidade que a Ti nos reconduz. Não nos esquecemos de Ti, esquecemo-nos, sim, de nós, do que em nós, constantemente, aspira por Vós.

antónio colaço



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Domingo, 15 de Agosto de 2010
VÉSPERAS . AGOSTOS NÃO SE DISCUTEM.RELEMBRAM-SE!!!

Vilas Boas. Vila Vlor

 

Talvez devesse estar a Teus pés, Senhora, por estas horas, no Santuário da Sra da Assunção, em Vilas Boas, Trás-os Montes, ou na Senhora dos Matos, em Mouriscas, ou nas Festas de Santa Clara, em Almodôvar,na Senhora da Saúde, em Messejana, ou na Senhora dos Navegantes, no Arripiado/Barquinha, ou no tão inicial e longínquo Senhora da Assunção, em Cardigos, para, como disseste em Caná aos atrapalhados nubentes da boda, "fazei tudo como Ele vos disser!". Indo um pouco mais longe, arrastando-me junto de Ti, te mostrasse a ciática perna, Senhora fazei com que ande. Como quereis que Vos celebre se permitis estas tão dolorosas quanto intermitentes dores que atrapalham as melhores e comportamentais intenções "pró-ativas”?

 

E, depois, meio envergonhado, evocando as Vossas dores de Mãe de um Deus que vos havia chamado, quase que castigado, confundida mas nunca desesperada, retomo o caminho e descubro, afinal, que o desafio maior é fazer desta dor prova de que o que me espera é Infinitamente Maior.

(Fotos aqui!Obriigado)

 

Obrigado, então, por poder recordar a hospitalidade dos amigos que a estas horas sobem sob um calor tórrido de Vilas Boas e Meireles, o Cachão inteiro, até ao alto da tua Capela, no Monte com o teu nome, e poder sentar-me com eles na partilha da suculenta e transmontana iguaria, já sob a sombra amiga e refrescante do arvoredo circundante.

 

Senhora dos Matos,Mouriscas.Abrantes.

 

Obrigado, por ter acompanhado e filmado, durante vários dias, empolgado e deslumbrado, confesso, com a primeira câmara de vídeo, bem distinta das modernas e vulgarizadas digitais de hoje, a Romaria da Senhora dos Matos, em Mouriscas, que resultaria numa das primeiras filmografias municipais. Momentos únicos de convívio, de me sentir um entre iguais.

Santa Clara-a-Nova.Almodôvar

Idem.Alvorada com gente bem animada e ainda não deitada!

 

Messejana.Procissão passando junto da Galeria.2009

 

 

Obrigado,pela romaria de Santa Clara, o ano passado, lá para as bandas de Santa Clara, e em Messejana, também, por ocasião da exposição com que homenageei o meu saudoso Pai. Uma descida ao Alentejo profundo de que restam mil imagens por segundo. Para além da farta mesa de amigos e familiares, na memória, para sempre, o emigrante Franklim bem sucedido pelas terras de Merkel mas padecendo de amores não correpondidos pela sua alentejana Inês:”quando entro em Santa Clara e vejo Inês digo para mim,pronto, já estou em Portugal!!!”

 

Cardigos.Ao meio, a saudosa Velha Matriz da minha infância.A sua destruição foi um atentado ao património.

 

 

Na memória, porém, matriciais, os festejos da Senhora da Assunção, em Cardigos, com cheiro a murta e eucalipto a tomarem conta dos primeiros passos organizacionais. Sim, a ajuda na decoração do arraial, primeiro, no tão desajeitado quanto ansioso subir ao palco, depois, viola em riste, a sentir que pela primeira vez a gente existe.

 

 

Por estas horas, Senhora, aqui me tens olhando para a Tua imagem de Vilas Boas, emoldurada no refrigerado sótão, enquanto em Teu nome cresce, por esse Portugal fora, a bem degustada reinação.

Fico bem sob a Tua protecção.

Quanto à ciática, não ligues, não!

antónio colaço



publicado por animo às 18:17
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Sábado, 14 de Agosto de 2010
WEBANGELHO DE ANSELMO BORGES. O TRABALHO E AS FÉRIAS

 

Pe Anselmo Borges

 

In DN,hoje

 

O TRABALHO E AS FÉRIAS

Quando se fala de trabalho, é preciso ter em atenção algumas questões prévias, fundamentais.

Primeiro, o trabalho deve ser visto no seu sentido amplo. Assim, tanto trabalha o agricultor como o operário, o engenheiro, o estudante, o médico ou o professor.

Depois, é interessante observar como, apesar de tudo, mesmo etimologicamente, há diferença entre tipos de trabalho. Perguntamos a alguém que está no labor de uma investigação ou na redacção de um trabalho científico: como vai o seu trabalho? Podem dizer-nos: gosto do que faço, o meu trabalho realiza-me. Mas também: meti- -me em trabalhos. No quadro do trabalho duro, diz-se mesmo trabalho - de tripalium, o tal instrumento romano de tortura -, mas referimo-nos ao trabalho criativo como obra: alguém deixou uma obra, publicou as suas obras completas - a raiz é o grego ergon, como pode ver-se no alemão Werk. Mas também se diz: anda nas obras.

Sobretudo não se pode ignorar que, dada a revolução tecnocientífica, cada vez mais o trabalho vai tornar-se um bem escasso, que será necessário repartir de modo justo e com todas as consequências. É aqui que me vêm à mente duas referências que já aparecem no meu livro Religião: Opressão ou Libertação? Há muito que o matemático e filósofo Bertrand Russell, Prémio Nobel da Literatura, escreveu que bastaria trabalhar quatro horas por dia e o físico Hans Peter Dürr, Prémio Nobel Alternativo, também disse que, para produzirmos o que é realmente importante, precisaríamos apenas de um terço do nosso tempo de trabalho. O resto do tempo seria para a cultura, para o ócio da criação. Portanto, não há aqui de modo nenhum a apologia da preguiça - do preguiçoso diz a Bíblia: "O preguiçoso é semelhante a uma pedra cheia de lodo; é semelhante a um punhado de esterco; quem lhe tocar sacudirá as mãos." É de um horizonte outro de vida que se trata.

Mas o trabalho implicará sempre esforço, sacrifício, cansaço. Daí também a necessidade do ócio, da festa, do jogo, do tempo livre, das férias. Que palavra mágica: férias, ir de férias!... Feria (no plural, feriae) tem o sentido de "descanso, repouso, paz, dias de festa". No século III, a Igreja assumiu os dias da semana como dias de "comemoração festiva", enumerando-os como prima feria, secunda feria, tertia feria, quarta feria, quinta feria, sexta feria. Ao contrário de outras línguas, como o espanhol ou o francês, que adoptaram a classificação romana baseada na divinização de um planeta: Lunes, Martes, Lundi, Mardi, etc., o português, ao seguir a terminologia eclesiástica, designou os dias da semana como segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira - o Sábado aparece vinculado ao hebraico e o Domingo (de Dominus), ao latim e designando o Dia do Senhor.

Até do ponto de vista histórico e etimológico, aí fica o carácter festivo associado às férias. Esta associação é tanto mais significativa quanto isso está presente noutras línguas, a partir de vias etimológicas diferentes. Veja-se vacaciones (espanhol) e vacances (francês), que têm o seu étimo no latim vacatio, com o sentido de isenção, dispensa de serviço. Os ingleses em férias estão on holidays, isto é, em dias santos. Os alemães têm Ferien e Urlaub, sendo a raiz de Urlaub Erlaubnis, com o sentido de dias livres de serviço e trabalho.

Na Bíblia, diz-se que Deus trabalhou seis dias e ao sétimo descansou e mandou que o homem tivesse um dia santo, sem trabalho, em cada semana. Para o gáudio da festa, do repouso e da liberdade.

O homem é homem no trabalho e na festa. É preciso reencontrar a alegria da transcendência, da criação, do estar repousado consigo próprio, da quietude contemplativa, do silêncio, da exaltação com o mistério das coisas, do fluir parado do tempo, da plenitude da música e da poesia, do perfume de uma rosa sem porquê, como disse o místico Angelus Silesius. Também a alegria da viagem, não para, depois, martirizar os amigos com fotografias e vídeos narcisistas, mas para o encontro de culturas outras e outros modos de ser homem e mulher e dialogar e aprender. Porque o homem é faber, mas também é festivus; laborans, mas também ludens.

 

 

NR

Sublinhados nossos!!!

Ó Padre Anselmo, amigo, quer dizer, nem todos são assim tão narcisistas a querer mostrar os últimos vídeos e até podem ser bons momentos para conversas, tipo "passem lá por casa para vermos a reportagem da viagem e trocarmos dois dedos de conversa!!!

Agora que há uns rapazes e raparigas que exageram, lá isso é verdade!!!!

2

Obrigado, por continuar a brindar-nos com estas sábias e Iluminadas palavras que tornam mais frescas as nossas férias. "Bá, ide-bos lá apanhar um pouco de sol à Praia de Valadares para beneficiarmos todos, depois, da "quietude contemplativa" desses maritimos ares"!!!

antónio colaço



publicado por animo às 10:40
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Quarta-feira, 11 de Agosto de 2010
A FALA DAS CASAS RECUPERADAS

Algures para as bandas da Sertã, o meu amigo Manuel Domingues, vergado ao sol escaldante de Agosto, não pára, reabilitando uma velha casa que apenas pedia, "salvem-me, não me deixem morrer, não tenho onde guardar as mil e uma histórias que entre as minhas quatro paredes vi terem lugar!O que há-de ser de mim, ruindo, parede a parede,montão de pedras, sepultando histórias sem fim!"

 

Fala-vos, alguém, para quem o que resta do chão que o viu nascer são a meia dúzia de carros estacionados num envergonhado parque que a CM de Gavião ali ousou erguer. Porque ao tempo, consciência e meios, ainda não podia ter e as continuadas intempéries se encarregaram de antecipar um "problema para a saúde pública" que um camarário caterpliller se encarregou de "sarar"!

 

A casa térrea do Largo do Espírito Santo, e todos os breves passos dados durante os meus inocentes primeiros cinco anos, está bem viva na minha memória de menino, mas quis o destino que viesse redimi-la, reabilitando, em Mação, a Casa do Bisavô Luís, bisavô de Maria, a qual, se não lhe acudíssemos a tempo, igual destino conheceria.

 

Dez anos passados, Manel, recordo com emoção as lágrimas que deixei soltar, sentado no sótão da casa então destelhada, tendo por única companheira, uma lua encantada, agradecida por saber que, uma vez recuperada, mais gente subiria à varanda para admirar o rendilhado do seu vestido lunar.

Recuperar Mação, Manel, foi assim como que vingar as ruínas de Gavião.

 

Deixo-te, Manel, com a sala do primeiro andar e como foi bom na sua afagada madeira rolar, confirmando o acertado da decisão de rejeitarmos a proclamada placa de betão.

Passando por este chão os nossos passos acrescentam passos aos antepassados que já cá não estão.

Os tectos, as suas irregulares mas sábias linhas geométricas, a singela talha dos móveis com seus vidros guardando as louças quase nunca utilizadas, sempre à espera dos dias que virão, o tão meticuloso quanto fabuloso rendilhado das almofadas, verdadeiras obras primas das mãos que os tricotaram... e o relógio de sala, verdadeiro coração da casa, preciosa imitação do relógio que me fascinava na casa da Ta Jacinta do vizinho Ti Chamiço, em Gavião, e que constitui primeiro e obrigatório ritual de quem chega, pô-lo "a trabalhar"!

 

As casas recuperadas, Manel, falam connosco as tantas vozes dos antepassados, sim, mas desafiam-nos também a que nunca delas nos esqueçamos porque, garantem,são elas que nos irão lembrar aos nossos vindouros, o que de bom, e tão bem,por elas fizémos sem olhar a quem.

 

 

 

 

 

Força, Manel.

 

 

 

antónio colaço

 

 



publicado por animo às 14:21
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Segunda-feira, 9 de Agosto de 2010
VÉSPERAS

Abrantes.Pôr-do-sol no Estádio

 

Quase dez dias depois, obrigado, pela arte de M. em atenuar as continuadas dores ciáticas.

Tudo o que aqui foi dito como que se esboroou no momento mesmo da dor, o seu pico, aqueles momentos em que quase não há tempo para se perceber de que dor é feita a dor que sentimos e que nos tolhe a capacidade de recebê-la, compreendê-la, abrir-lhe as portas e, no entanto, há gente, há relatos de gente que consegue chegar lá, a esse ponto de "morrer antes de morrer", como que a Morte, a Irmã Morte, quase nada mais ali tenha de fazer.

Não era dessa santidade, creio, que o Pe Anselmo nos falava, por isso sinto relevada a minha fraqueza perante esses continuados dias "sem conseguir ter posição" antes, tudo querer fazer para sair da aflição, para regressar à acção!

Obrigado, pois, pela sabedoria que depositaste nas mãos de M. e que esta manhã salvou da dor um agricultor a quem um destemido carneiro "desengonçou" o braço, um operário ucraniano cujo pé terá ficado debaixo de alguma viga, para não falar do ar sorridente de um casal de meia idade a quem as mazelas ficaram curadas.

Como seriam os Teus milagres de hoje e o que nos dirias sobre este corpo e o Amanhã que o espera?

Ah!Gostei do que me segredaste, ontem, ao ter conseguido percorrer os quase 500 metros, antes da decidida intervenção de M.,hoje, para alegrar na Matriz de Mação a Tua Eucarísitica hora!
Sim, não foste muito original, mas percebi, perfeitamente, aquela do "porreiro que tenhas vindo, pá!"

 

antónio colaço



publicado por animo às 23:56
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