Meu querido Frei Joaquim de Serafão, simplesmente, sei que agora, finalmente, compreende como gostava de si, sabendo que nem sempre tive a certeza de que gostaria de mim.
Não encontrei melhor foto para deixar aqui expresso este pequeno desabafo de como a sua "passagem" não me é, de todo, indiferente.
Só eu sei o respeito intelectual que me mereciam as suas reflexões quer dominicais quer lectivas.
Mas o meu amigo fazia questão de cultivar a solidão da sua cela, e tantas vezes me apeteceu dialogar consigo sobre o que ouvia.
Sei que nessa cela, algumas vezes, houve lugar para o incómodo com o meu piano que ousava tocar no refeitório do Convento do Ameal. E mesmo a pintura, que então, timidamente, ousava, música e pintura, assim juntas, terão merecido da sua parte alguma consideração menos abonatória quanto ao meu investimento no estudo da sua Teologia.
Errado, Frei Joaquim de Serafão - também o outro Frei Joaquim, de boa memória, demorou a compreender esse meu lado - eu só queria viver a alegria do meu mestre Francisco de Assis, nosso mestre, aliás, mas que, em si, não encontrava, por esse lado, tanta adesão.
Hoje, a prova de que a minha admiração por si era genuína, apesar de, como dizer, contida, aqui está.
Gostei de o conhecer mesmo sabendo que, lá no fundo, os dois ou três sorrisos que me esboçou permanceram para sempre bem vivos.
Obrigado, Frei Joaquim de Serafão.
Frei António de Gavião!!!
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FREI JOAQUIM MONTEIRO OfmCap.
A Província Portuguesa dos Franciscanos Capuchinhos,
partilha com todos os amigos a notícia da Ressurreição do Frei
Joaquim Monteiro.
Todos juntos celebraremos a Eucaristia de Acção de Graças,
na Igreja dos Capuchinhos do Amial (Porto), hoje, sexta-feira
pelas 14.30. O funeral seguirá depois para o cemitério de
Paranhos onde será sepultado.
Voltaremos a reunir-nos para celebrar e agradecer ao Senhor
o dom da vida do Frei Joaquim Monteiro, no próximo dia 13
de Maio pelas 19.00.