«BENDITO SEJA DEUS,
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,
que do alto do Céu nos abençoou,
com todas as bênçãos espirituais em Cristo.»
(São Paulo, na Carta aos Efésios: 1,3)
«Bendito seja Deus!» Desde o passado dia 19, tem sido este o estribilho insistentemente repetido, cantado ou sussurrado em todos os tons e modos. Com a voz. Com o coração. As notas da partitura em anexo são simples rabiscos de uma indescritível vivência interior.
Escrevo a 25 de Fevereiro. Exactamente cinco meses após a primeira operação à vista esquerda. Inicia-se hoje a Quaresma. Nos óculos foi colocada uma nova lente, de acordo com a actual situação da vista. O ritmo das estações diz-me que estamos no Inverno. No calendário litúrgico celebramos o início da Quaresma. Mas, tanto interior como exteriormente, sinto-me numa florida Páscoa antecipada e em jubilosa Primavera. No Evangelho de hoje (cf. Mt 6,17), o Senhor propõe-nos cabeça perfumada (festiva) e rosto lavado (alegre). A luz do Ressuscitado ilumine os olhos do meu coração! A Palavra de Deus seja sempre «farol para os meus passos e luz para os meus caminhos» (Sl 119,105), hoje que celebramos 54 anos da fundação do Movimento de Dinamização Bíblica dos Franciscanos Capuchinhos. Bendito seja Deus! Magnificat! Tudo canta e grita de alegria! Aleluia!
Partilho, em síntese, as etapas mais decisivas de uma experiência vivida num percurso lento, doloroso, paciente e enriquecedor. «Tudo é graça de Deus! Tudo é dom do Senhor!»
No passado dia 22 de Setembro enviei um e-mail com o título «Alegrai-vos comigo». Ainda no rescaldo do Salmo dos meus anos: «Tudo canta de alegria» (Sl 65). Com a descrição de uma pitoresca viagem de Fátima ao Porto, em autocarro da Rede Expressos. Pela primeira na vida, desfrutando de um invejável desconto de 80 cêntimos, uma das benesses da TIA (Terceira Idade Activa, digo eu).
Jamais imaginaria o que me esperava no seguimento dessa viagem. Passados cinco meses, ainda me encontro no Porto! Como que sujeito a «termo de identidade e residência» e munido de invisível «pulseira electrónica»… Uma consulta na Clínica Oftalmológica Ribeiro-Barraquer desencadeou uma reviravolta de 180 graus em sonhos e projectos.
Uma primeira operação de urgência à vista esquerda, a 25 de Setembro, para extracção do cristalino, a deambular no interior do olho.
Uma segunda operação, a 17 de Dezembro, para a colocação da lente (ou cristalino artificial). E aqui sobreveio a complicação. De repente, o inesperado aconteceu em plena intervenção cirúrgica. Poucos são os segundos disponíveis para travar a morte do olho. Uma possibilidade que me espreita no período pós-operatório. Seguem-se tempos de angústia e de trevas, noites e dias de dores indescritíveis. Procurando sempre um «olhar» novo e diferente, mais interior, segundo o Espírito de Deus, numa tentativa de tudo «ver» a partir da Fé. E do coração. Com uma certeza inabalável que nos vem da Palavra da Vida: «O Senhor protege-nos, vela por nós e guarda-nos como à menina dos seus olhos» (cf. Dt 32,10).
A 07 de Janeiro, uma feliz notícia. Em princípio, a vista esquerda está salva, tendo conseguido ultrapassar o «Cabo das Tormentas». A grande batalha estava ganha! Aos cuidados intensivos da Clínica juntam-se umas «enormes cunhas lá em Cima…», no dizer do Dr. Paulo.
No dia 25 de Janeiro, celebração da Páscoa dominical e festa da «conversão» ou encontro de Paulo de Tarso com o Ressuscitado na estrada de Damasco, após quatro meses de impossibilidade de leitura e tendo caído dos olhos algumas «escamas», proclamei pela primeira vez o Evangelho na Eucaristia das 11h30, tendo a Assembleia aplaudido tão significativa vitória.
Mas o percurso não é linear. E a 05 de Fevereiro, um novo revés conduz a uma terceira intervenção cirúrgica. Uma injecção intra-ocular procura socorrer a retina, abalada ainda pela hemorragia, hematoma e inflamação; também no intuito de se conseguir mais alguma percentagem de visão.
Finalmente, a 19 de Fevereiro, constatando uma recuperação de cerca de 60% de visão na vista esquerda (há oito anos que a direita me oferece uns escassos 15%), são receitadas novas lentes para os óculos a usar. Para um olho que, durante meses, mergulhou nas trevas e esteve mesmo às portas da morte, trata-se de um verdadeiro milagre, uma passagem das trevas para a Luz, do Inverno para a Primavera, da morte para a Vida. Um acontecimento verdadeiramente pascal. A Liturgia desse dia apresenta-nos o Salmo Responsorial: «Escreva-se tudo isto para as gerações vindouras / e o povo que se há-de formar louvará o Senhor» (Sl 102,19).
Bendito seja Deus! É o Apóstolo Paulo quem me oferece o mote, num dos Hinos mais belos e empolgantes que o Novo Testamento, pela mão de São Paulo, nos transmite.
Pela competência profissional, perícia a toda a prova e acompanhamento diário do Dr. Paulo Ribeiro e de tantos intervenientes da Clínica Oftalmológica Ribeiro-Barraquer: Bendito seja Deus!
Pelas centenas e centenas (milhares?) de gotas das mais variadas espécies (Oftaquix, FML, Atropocil, Azopt, Voltaren, Edolfene, Gentadexa, etc.) que a medicina preparou para terapia dos nossos olhos e que, ao longo destes meses, os Irmãos «diáconos» me puseram na vista, com persistência e dedicação: Bendito seja Deus!
Pelo acolhimento fraterno e disponibilidade «maternal» dos Irmãos Capuchinhos, com especial destaque para os Irmãos da Fraternidade do Porto, incansáveis cireneus, generosos samaritanos e solícitos diáconos: Bendito seja Deus!
Pela presença solidária, preocupação permanente e comunhão orante de familiares e amigos, espalhados pelos quatro cantos do Mundo: Bendito seja Deus!
Pela comunhão dos santos, a descoberta de insondáveis mananciais de esperança em tantos irmãos e acontecimentos, a partilha de energias positivas e reconfortantes: Bendito seja Deus!
Pelas belezas da Música, as possibilidades das novas tecnologias, os encantos da contemplação e da partilha: Bendito seja Deus!
Pela irmã lupa, o irmão computador, a irmã internet, o irmão telemóvel, com as admiráveis possibilidades que nos trazem: Bendito seja Deus!
Pelos olhos grandes, abertos, vivos e provocadores do Cristo da Cruz de São Damião, que nestes dias nos visita, como desafio à reconstrução da casa do Senhor e à vivência do Evangelho como Regra de Vida e Luz dos nossos caminhos: Bendito seja Deus!
Pela poderosa intercessão de Nossa Senhora da Luz, de São José, de São Francisco e de Santa Clara de Assis, de São Pio de Pietrelcina, de São Paulo Apóstolo, de Santa Luzia, dos Bem-aventurados Francisco e Jacinta Marto, do Beato Nuno de Santa Maria (com a canonização marcada para o dia 26 de Abril), da Beata Alexandrina de Balazar e de todos os santos e santas: Bendito seja Deus!
Por cada uma das letras do Hino da carta aos Efésios, por cada letra desta comunicação de vida, por cada uma das notas e pausas da partitura: Bendito seja Deus!
Por todos e por tudo, agora e para sempre: Bendito seja Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Ámen. Aleluia!
O abraço amigo e muito agradecido,
Porto, 25 de Fevereiro de 2009
Senhoras e Senhores , meninas e mininos, Frades e ex-fradinhos, o irmão sol tem o prazer de vos anunciar os nossos dois animadores contratados a peso de ouro para abrilhantarem o Carnaval 2009! Vieram do Brasil ? Fazem parte de alguma das mil e uma telenovelas com que nos preenchem as noites, perdão, esvaziam as noites? Nãããããããããããooooo! Vindos directamente de Fafe e de S.Romão, as maiores estrelas da actualidade da animação circense da nossa praça, e arredores Séééééériiiito e Vaaaaaaziiiito!
O irmão sol lança aqui um DESAFIO: até Quarta-Feira de CINZAS, período normal de folguedos – sem qualquer inesperada intervenção do Ministério Público, como se viu em Torres Vedras ! – todas as fotografias que nos chegarem dos vossos trajes carnavalescos serão aqui publicadas e um Júri, altamente credenciado determinará se batem em criatividade a criatividade dos nossos convidados!
O prémio é tentador mas, por enquanto, não podemos revelá-lo!
Bom Carnaval!
Ah!E vão passando por aqui!
antónio colaço
Frei Acílio Mendes com José Augusto Ramos no Encontro em Lisboa.
Bom Dia,
Com Paz e Alegria!
(Se quiser, pode ler, na Bíblia, Gl 6,11)
Desde segunda-feira,
andamos a ler na Missa o livro do Génesis.
Um poema maravilhoso ao Deus Criador,
ao Homem e à Mulher,
à Família,
à Criação...
«E Deus viu que tudo era bom».
É o refrão tão repetido
no primeiro relato da criação.
Para nos entusiasmarmos com a obra de Deus.
E sermos, hoje,
agentes de transformação do Mundo.
Ontem, celebrámos 200 anos do nascimento
do grande cientista inglês Charles Darwin.
Lançou a teoria da «Evolução das espécies».
Não é um evolucionismo científico
contra um criacionismo obscurantista.
O primeiro mandamento
deixado pelo Deus Génesis
ao Homem e à Mulher, é o da evolução:
«Crescei, multiplicai-vos, dominai a Terra...»
Sobretudo crescer no Amor, na Solidariedade, no respeito pela maravilha da Criação... Como Francisco de Assis, o Padroeiro dos Ecologistas.
E seremos mais parecidos com o Deus do Génesis.
Transcrevo uma das frases famosas de Darwin
«A amizade de uma pessoa
é uma das melhores medidas
de quanto ela vale».
E esta, hein? Até São Valentim bate palmas.
O anexo é uma versão actualizada e humorística do relato da criação.
A conclusão é «mazinha».
Mas hoje é sexta-feira, dia 13...
O abraço amigo,
frei Acílio
NOTA
Não, não se trata da estreia de Frei Acílio aqui no irmão sol! Este é um mail que o Acílio envia para várias pessoas. Compreendendo que, de momento, ele não possa escrever para nós, escrevemos nós para ele, reeenviando-lhe as suas próprias palavras! Quanto ao anexo estamos em condições de o enviar por mail para quem, por mail, no-lo pedir.
O escriba assinala, assim, também, a má memória que lhe ficou, no Porto, no saudoso Instituto Superior de Teologia, ali para as bandas do Palácio Cristal, do único chumbo numa cadeira do 2º ano, Antropologia Biológica, creio, e que era leccionada por um professor franciscano, muito gorducho a quem chamávamos o ... rodinhas!!! Aquilo era Darwin a toda a hora, vejam só. Um abraço para ti, Darwin. Volta, estás perdoado por este teu amigo!
ac