Colaço,
vai para ti um abraço ainda estremecido com o que adivinho do que te aconteceu na A1...
Acho que esse abraço só teria consistência se pagasse uma "letra" que te (nos) devo.
Saúde e Felicidades!
Sério
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Meu querido Constantino Sério, faz esta noite quinze dias,por estas horas, algures, no Hospital de Santarém,não cessei de dar graças por ter sido transportado praticamente sem um beliscão, lá de baixo da A1, onde circulava a caminho de Lisboa, na sequência de um violento despiste, sozinho, em velocidade excessiva.
As tuas palavras são um bálsamo e ao mesmo tempo um estímulo para não deixarmos fechar as portas deste nosso conventinho.
Ah!Gostei dessa da "letra".De facto, preparava-me para te chamar a terreiro, ou melhor, à sala do "capítulo"!!!Exactamente para te pedir...mais capítulos!!!
Eles aí estão!
Sério, a sério que a tua série veio para ficar!!!!
antónio colaço
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Ex-alunos de 1960
Jingo 6
26 de Setembro de 1960. Após um dia de viagem que começara às seis da manhã em São Romão transpunha, garoto, o portão do Seminário de Gondomar.
Da névoa das lembranças desse dia, uma imagem com alguma nitidez: o meu irmão Zé levava a mala e já tinha passado a portinhola que se abrira no enorme portão; atrás dele eu, engalfinhado com o saco de roupa, que pousei na parte do portão que ficava por baixo da portinhola e que me ficava pelos joelhos; equilibrei o saco e, na preocupação de me certificar de que o chão, dentro, ficava à mesma altura do de fora, pousei o pé direito e o esquerdo seguiu após; depois, já dentro, com um jeito de anca, fiz regressar às costas o saco de cotim, em que vinha o resto da roupa, e rapidamente voltei a colar-me ao Zé. Ia apontar-lhe a dificuldade que tivera para saltar o portão, mas os portões já estavam abertos de par em par. Era uma catrafiada de fatos pretos, mai-los pais, mães, irmãos… Ainda me vejo nesse dia atrás da bola no campo, na certeza de que o Zé estava por perto.
Daí a dias fiquei a saber que éramos 37 os do 1º ano.
Uma foto do recente encontro em Fátima mostra 6 dos 37 que integrávamos o 1º ano de 60/61. Da esquerda para a direita: o Diogo (deixa-me salientar a admiração por ti, Diogo: estiveste em Gondomar apenas o primeiro trimestre – hás-de ser tu a contar a história que me faz tirar o “boina” à pessoa do teu pai naquela altura!… - e não tens faltado a nenhum Encontro desde o nosso reconhecimento em Lisboa, em 2005); eu; o Zé Maria Rocha (Participaste em encontros que falhei. E que alegria encontrar-te depois destes anos todos! E eras bem bom da bola (em todos os sentidos da expressão): imaginas a minha satisfação quando conseguia aparar algum dos remates que, descalço, conseguias pôr na baliza, com força e – sobretudo – jeito!...); o Guerreiro Guerra (encontrámo-nos pela segunda vez!); o Ilídio Novais (sempre presente); e o Areal (que, com um bocadinho de jeito e “liliputizando-o” um bocadinho, facilmente o vemos ao lado do Fernando Pinto, o decano daquele nosso primeiro ano…).
O Matos e o Artur Rito raramente faltam a um Encontro… E estiveram presentes de alguma maneira.
Se nos pesa um pouco a ausência do António Paz, no abraço que nos demos, enlaçámos todos os colegas de 60: o Mourita, o Charrua, o Ilídio Fernandes, o Meirinho, o Hermenegildo, o Saraiva, o Macedo, o Joaquim Morais, o Leitão, o Antero, e os outros todos…
Ajuda, há instantes.
Aquele traço, luminoso, desafiando a manhã, seja o sinal de um dia pleno deste constante "comunicar/viajar é preciso"!
Obrigado, pela "viagem" de boas noticias com que nos voltas a brindar!
(Não há outra maneira de agradecer-Te!)
antónio colaço
Não é, apenas, mais um nascer do sol na minha varanda, sabes bem,e sim celebrar a coragem deste meu jacarandá jovem de alguns anos. Com efeito dá-nos sinais de que o vaso onde sobrevivem as suas raízes, já não suportam mais esta sua aparente quietude. Quero crescer, meus ramos estender e, finalmente, brindar-te com as violáceas corolas que em mim trago tolhidas.
E eu a ver, e nada mais por agora, poder fazer.
Sinto-me como ele, ansioso por novos desafios, mas sei que devo esperar serenamente, olhar os últimos e avisados sinais...
Sim, eu sei que Tu és o Único Caminho, e que chego a Ti não perdendo de vista os demais.
Serena-me só mais um pouco e que esta espera não me deixe louco, afinal, em Ti, somos mesmo todos iguais.
antónio colaço
Calçada da Ajuda,há instantes.
Sabes de quantas mil nuvens e outros tantos céus cerrados se têm feito os meus últimos dias. O mais grave é que me deixo levar por todas as melancolias dos dias sem sol e tardo em descobrir-Te para lá da força dos elementos, questionando a Tua Bondade, questionando a Tua Misericórdia, questionando, enfim, a Tua Presença em mim.
Procuro-Te nos sítios errados porque sempre é mais fácil alinhar no coro dos abandonados, dos vitimizados, dos que clamam por atenção redobrada e lamentam-se porque TU, nada.
Sim, sei que este sol aqui está a meus olhos para que o desfrute mas nunca deixes que Te ignore se, no mais doloroso desnorte, alguma vez sonhe em proclamar a Tua morte.
Obrigado.
antónio colaço
...alguém disse que devia parar, que corria o risco de estar a transformar aquilo que foi muito grave num gratuito show off a rondar o pior dos mais sensacionalistas jornais de banca e tv.e eu só queria dar conta desta irreprimível alegria por ter estado tão perto da morte e ter podido regressar para contar a minha sorte quem sabe assim poderia ajudar a que outros desistissem de lá chegar.e depois, é assim,achar que Deus me queria receber, assim, entre vidros partidos chapas desintegradas e incêndios adivinhados, mas quem te julgas, um predestinado com quem Deus resolveu brincar aos acidentes na A1,logo no km 58.5, para dizeres em seguida que é a combinação de algarismos que te possibilitou a aposentada e penalizada benfeitoria?sim, são capazes de estar certos mas este é um lugar de excessos e é por isso que hoje, no regresso da última visita aos destroços, não posso deixar de registar mais alguns salvados que foi possível resgatar como a sandália que me faltava e o Requiem de Mozart que durante três anos me animava num avariado leitor de CD agora definitivamente calado, já se vê.eu não queria morrer, eu já só estava preparado para Te ver, sabes bem.é por isso que vou parar para perceber melhor em cada dia dos que me restam para viver que estás sempre à minha espera, no final de cada dia, a qualquer hora em que resolva invocar-Te, aconteça o que acontecer.
antónio colaço
...uma prometida reportagem fotográfica!
Até lá, se quiserem, passem por aqui para ver a animação que se prepara por outras bandas!!!
Bom fim-de-semana!
antónio colaço
No final de mais uma jornada, dois dedos de oportuna conversa com o nosso querido Zé Augusto Ramos, um ilustre e prestigiado catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa mas que, sempre que pode, não deixa de participar nos nossos Encontros.
Para além da oportunidade das suas propostas, a redacção do irmão sol não pode deixar de sublinhar a disponibilidade do Zé Ramos e, sobretudo, a sua continuada fidelidade aos valores da partilha, neste caso do saber, ele que vive no mais alto ambiente de uma boa e significativa parte da nossa inteligentsia.
Obrigado, Zé, por continuares, contra todos os outros deslumbramentos, a deslumbrares-te connosco.
Sabemos do que falamos.
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Como é o último vídeo sobre o Encontro de Fátima, a redacção faz votos para que em cada novo dia que se segue, até ao próximo 10 de Setembro de 2011, no Ameal,PORTO, consigamos fazer deste conventinho virtual um verdadeiro lugar de encontro outro.
Escrevendo, enviando fotos,dando sugestões, lançando iniciativas, numa palavra, fazendo para que nada se passe, do que se passa connosco, sem que todos o saibamos.
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O irmão sol gostava muito que este lugar de encontro não fosse, apenas, "dos que saíram" e, sim,também, dos que permanecem. Já percebemos que nos faz BEM e dá PAZ a todos!
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Um voto final de boas melhoras para os nossos queridos irmãos Luis Marques e também para o Armando Pinto.
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Os parabéns finais a todos os que tornaram realidade mais este Encontro em especial aos nossos amigos do Convento de Fátima pela "perturbação" (uma boa perturbação) no habitual programa de recepção a peregrinos.
antónio colaço