ultima hora EXPOSIÇÃO "PODERES" INAUGURA 6 DE FEVEREIRO NA GALERIA DA ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL
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EXPOSIÇÃO "PODERES" INAUGURA QUINTA, 6 FEVEREIRO, 19 HORAS
NA GALERIA DA ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL, AO CHIADO
A exposição PODERES, que tem hoje, sexta-feira, o último dia de presença no Largo do Rato, segue para a Galeria da
Associação 25 de Abril, na Rua da Misericórdia, nº 95, ao Chiado. Estão por este meio, desde já, TODOS CONVIDADOS!
O deputado Jose Magalhaes fará a apresentação das obras.
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A obra que apresento na capa da ânimo, é um desenho de Dezembro de 1973, que intitulei de GUERNICA e posso hoje anunciar que vai finalmente ser ampliado para 1.50mX1m e que será, assim, pela primeira vez apresentado. Concebido um mês antes da minha entrada para Mafra, quis com ele significar o meu NÃO à guerra colonial cuja proximidade me causava incómodo. Representa uma Mãe dando à luz e agarrada a uma árvore como último reduto da sua segurança em querer proteger o filho das garras de um general que o quer levar para a guerra. Ao longe, militares, olham, solidários com a dor daquela mãe, a que se junta a solidariedade das aves em volta.
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O meu querido amigo João Lopes Oliveira, ensaísta e professor assistente da Universidade de Coimbra, da área da Semiótica e Literaturas Modernas, aposentado, escreveu sobre esta obra algo que me deixou muito sensibilizado e que transcrevo:
"Este “pé” guerreiro da mulher, símbolo supremo da resistência ao totalitarismo fascista, que, em orgias de sangue, celebrava a morte em vez da vida, é, quanto a mim, uma das páginas mais belas da história de arte contemporânea. No gesto pictórico de António Colaço, de uma grandeza épica incomparável, vibra, em notas sonoras, a mensagem daquele humanismo combativo que não se resigna a ver o ser humano contrabandeado no conflito de interesses das ditaduras com ou sem rosto."
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Na continuada celebração dos 40 anos de Abril, redescubro, agora, que esta é a melhor homenagem que presto à coragem de TODOS os que fizeram o 25 de Abril de 1974 e no qual tive o privilégio de participar, então como soldado cadete, participando na ocupação da RTP, por via da minha passagem pela EPAM, ao Lumiar. Foi graças à sua coragem que foi posto fim a uma guerra injusta. (Haverá guerras justas?).
É graças à sua coragem que ainda hoje acreditamos que é preciso pôr fim a esta guerra surda que volta a fazer com que os ricos estejam mais ricos e que os pobres, ainda muitos mais, e muito mais pobres.
antónio colaço